- Amor, comprei nosso hamster. - Ela me disse.
- Sério?
- Sério amor.
- E qual o nome? - Perguntei.
- Pink.
- Pink? Eu não posso ter um hamster com esse nome. Ele tem que ter um nome mais forte. Tipo, demolidor.
- Certo. Um rato com nome de demolidor. - Me disse.
- Mas porque Pink? Não tinha outro nome? - Perguntei com esperança.
Ai veio à explicação que eu queria.
- Por causa de Pink e cérebro. - Respondeu sorrindo.
- E porque não chamá-lo de cérebro?
- Porque Pink é engraçado.
Já imaginei o bicho com o nariz rosa. Em um surto de loucura.
- Eu prefiro cérebro, mas tá bom. Ele vai ficar com você né? - Perguntei
Tentei buscar as palavras de volta para boca, mas já tinha saído. Já era tarde demais.
- Não. Vou levar pra sua cara quando eu for aí.
- Mas aqui não tem comida pra mim. Ele vai morrer de fome.
- Já sei que nossos filhos vão passar fome.
- Mas é só um rato. Não tem comparação.
- Se não consegue alimentar um rato, imagina os nossos filhos?
Com ela é assim, se não sei cuidar de um rato, não vou saber cuidar dos nossos filhos. Eu posso com isso?